Segurança Pública orienta agentes de segurança a cuidar da saúde mental

Por ASCOM às 26/09/2017 16:07

Iniciativa faz parte da campanha Setembro Amarelo e busca esclarecer e orientar agentes com sintomas como depressão e ansiedade

Texto de Micheliny Tenório

Como parte das iniciativas da Campanha Nacional de Prevenção ao Suicídio – Setembro Amarelo, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), por meio do Núcleo de Qualidade de Vida, em parceria com a Polícia Militar de Alagoas (PMAL) e seu Centro de Assistência Social (CAS), promoveu entre os dias 19 e 20 de setembro o Primeiro Seminário de Qualidade de Vida da PMAL.

 

O momento contou com palestras e oficinas que capacitaram os agentes para identificar possíveis traços de comportamento que evidenciem sentimentos como depressão e transtornos de bipolaridade, fatores que podem motivar a tentativa de suicídio. Além dessa iniciativa, o objetivo do Seminário foi despertar atitudes que contribuam para a saúde mental e uma melhor qualidade de vida.

 

O segundo dia do Seminário foi dedicado às oficinas, realizadas na Academia de Polícia Militar Senador Arnon de Melo (APMSAM), de forma simultânea. A presidente da Associação Alagoana de Psiquiatria, médica Suzana Bernardes, capacitou agentes de segurança que atuam no âmbito da assistência à saúde e psicossocial para identificação e manejo precoce do comportamento suicida. A capitã Larissa Omena, psicóloga do CAS, foi responsável pela capacitação de agentes multiplicadores em prevenção ao Suicídio.

 

Por meio do Núcleo de Qualidade de Vida da SSP estão sendo desenvolvidas ações que presam pela saúde do trabalhador. O Seminário foi uma parceria com a PMAL que possui o CAS, setor da Corporação que presta atendimento psicossocial aos policiais militares que apresentem dificuldade de comportamento. A sede fica em Maceió, mas há também um serviço itinerante para busca-ativa, esclarecimentos e orientações aos policiais das unidades fora da capital.

 

Estratégias estão sendo discutidas para serem implantadas ações similares no Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Civil e Perícia Oficial, como explica o chefe do Núcleo, Emerson Moura.

 

“O Núcleo foi implantado há dois anos e nesse tempo temos nos voltado a ações de conscientização para a promoção de saúde e prevenção de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Nossa proposta é que cada órgão desenvolva uma cultura prevencionista para uma melhor qualidade de vida dos servidores”.

 

Com base no calendário anual de campanhas voltadas à saúde do trabalhador, o Núcleo desenvolve ações pontuais, a exemplo do Setembro Amarelo e do Outubro Rosa, que já tem ações previstas voltadas para a conscientização sobre o câncer de mama.

 

Sintomas

 

Alterações na conduta dos seres humanos podem ocorrer a qualquer momento, mesmo em pessoas que aparentam grau de normalidade em suas ações. Distúrbios de comportamento afetam o indivíduo de forma generalizada, prejudicam a saúde e suas relações interpessoais, seja com familiares, amigos ou colegas de trabalho.

 

O terapeuta e coach cognitivo Leonardo Naves alerta sobre a necessidade de um modelo de prevenção primária física e emocional dentro dos órgãos ligados à Segurança Pública, na perspectiva do agente despertar uma postura otimista para minimizar os efeitos de sua rotina.

 

“Desenvolver uma postura reflexiva, ou seja, ao estar no trabalho ter uma perspectiva que seu dia vai ser positivo e que, se algo não acontecer como se gostaria, pode-se reverter em novas ações. Ao invés de ficar pensando no pior porque vai sair para atender uma ocorrência ou participar de uma operação, seja positivo, se empenhe e mantenha o pensamento de que está fazendo algo para ajudar a sociedade”, destacou.

 

O terapeuta também sugeriu um exercício mental chamado injeção de otimismo. “É preciso treinar a mente para ser saudável. Evocar imagens mentais agradáveis, que podem ser situações ou momentos com pessoas que tiveram um resultado positivo, pois irão gerar alegria e prazer, contribuindo para uma sensação de bem-estar e que afasta sentimentos negativos”, completou.

 

Conforme dados atuais da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o país mais ansioso na América Latina e o terceiro no ranking mundial.

 

Cuidados para abordar o tema suicídio

 

O sociólogo e pesquisador Pablo Nunes, integrante do Grupo de Estudo e Pesquisa em Suicídio e Prevenção do Rio de Janeiro, ministrou uma oficina voltada aos profissionais lotados nas assessorias de comunicação dos órgãos vinculados à Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) e policiais militares que são agentes de comunicação em suas unidades.

 

Como forma de disseminar orientações sobre a maneira como deve ser abordada a notícia sobre suicídio, o pesquisador orientou como proceder para não gerar o Efeito Werther ou Efeito de Imitação. Com base em um manual elaborado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para profissionais da mídia, Pablo Nunes destacou alguns pontos.

 

“Evite explicação simplista sem dizer a causa do suicídio, não romantize o ato, não relate métodos, locais ou detalhes da vítima, não compartilhe teor de carta ou bilhete deixado pela vítima, evite títulos sensacionalistas nas matérias e a citação de policiais ou profissionais de primeiros socorros”, disse.

 

O sociólogo ressaltou que, mesmo não sendo repórteres de veículos de comunicação, os agentes agora possuem esclarecimentos que vão contribuir para monitorar os textos que sejam publicados, bem como para adotar uma postura consciente, principalmente, no tocante às redes sociais em razão de não divulgar ou replicar informação e foto sobre vítima de suicídio.

 

Conforme dados da OMS, entre os anos de 2000 a 2015 houve um aumento de 38% na taxa de suicídio. O Brasil se comprometeu em reduzir em 10% essa taxa até 2020.

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