Integração de bancos de dados da Segurança Pública melhora ações de combate ao crime

Por ASCOM às 21/08/2019 14:01

Projeto Big Data, financiado pela Seplag, permitiu desenvolvimento de ferramentas para uso da população e das forças policiais

Texto de Vanessa Siqueira

Gerir grandes volumes de informação é um dos desafios de vários setores em todo o mundo. Desde os anos 2000, analistas de Tecnologia da Informação vêm desenvolvendo estratégias para que esse universo de dados seja melhor utilizado nas tomadas de decisões por empresas e governos. O Big Data, sistema que consegue integrar diferentes bancos de dados, é uma delas. Recentemente, a Secretaria da Segurança Pública de Alagoas (SSP) passou a fazer uso deste sistema a fim de melhorar as ações de segurança com base em informações relevantes, que são interpretadas pelos analistas.

“A Segurança Pública de Alagoas possui vários sistemas de informação, mas geralmente eles não ‘conversavam’ entre si. Ou seja, há uma grande quantidade de informações que podem ser extraídas e utilizadas na criação de estratégias de segurança pública. É nesse cenário que entram as tecnologias Big Data: para integrar e gerar valor aos dados da segurança pública, ajudando a criar ações inteligentes de combate ao crime e à violência”, avalia Márcio Robério, coordenador do projeto Big Data, que é financiado pela Secretaria de Estado de Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag).

Márcio Robério (Foto: Deriky Pereira)

O Núcleo de Estatística e Análise Criminal (Neac) da SSP é a principal fonte de informação, pelo grande volume de dados e a qualidade do processamento deles. O supervisor do Projeto Big Data e chefe da Tecnologia de Informação da secretaria, major Anderson Cabral, explica que o projeto teve início em 2018 com o objetivo de agregar valor aos grandes conjuntos de dados da segurança pública. “A integração dessas informações gera conhecimento estratégico, que auxilia os processos de tomada de decisão na SSP. Esse trabalho resultou em melhorias na análise dos dados, na produção de artigos científicos e em novas ferramentas e plataformas computacionais que já são usadas pelas polícias”, relata.

O projeto deu origem ao aplicativo Quimera, de uso interno, que permite aos policiais fazer consultas a banco de dados durante abordagens, além de outras tarefas de forma rápida e simples utilizando um smartphone. Também foi desenvolvido o Sistema Analítico de Relações Criminais (SARC), outra ferramenta de uso interno utilizada na inteligência policial, além de uma ferramenta para gestão de reeducandos, o Reages.

A SSP também disponibilizou uma plataforma de dados abertos destinada à sociedade em geral, que permite a consulta de informações como dados estatísticos sobre homicídios e outros crimes. O sistema é baseado na aplicação CKAN, sigla para Comprehensive Knowledge Archive Network, que cataloga dados e facilita sua publicação, compartilhamento e busca.

Big Data (Foto: Ascom SSP)

“Desenvolver novas tecnologias e fazer análise de dados é o futuro. Nossa estrutura foi utilizada como base para duas teses e uma delas comprova a melhora do desempenho do Big Data utilizando nossos equipamentos. Esse projeto engloba várias ferramentas que já vínhamos trabalhando e é muito importante, pois projeta para o mundo o modo como a Segurança Pública de Alagoas está utilizando novas tecnologias a seu favor”, completou o major Anderson Cabral.

Experiência é apresentada fora do país

O resultado do projeto foi apresentado em julho e agosto em duas conferências realizadas na Europa: uma em Moscou, na Rússia, e a outra em Linz, na Áustria. O coordenador do projeto, Márcio Robério, apresentoudois artigos científicos em eventos de relevância internacional na área de Big Data, a International Conference on Big Data Analytics and Knowledge Discovery e a IEEE Conference on Business Informatics.

Segundo ele, as publicações foram fruto das pesquisas realizadas na estrutura da Secretaria de Segurança Pública, destacando o nome de Alagoas para o meio científico internacional. Márcio Robério é doutorando em Ciência da Computação na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), mestre em Modelagem Computacional de Conhecimento pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e professor do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) no Campus Viçosa.

 

Robério destaca que um dos principais benefícios de modernizar a gestão de dados é conseguir melhores resultados no enfrentamento ao crime. A prova disso é a redução de homicídios, que coloca Alagoas como o estado que obteve um dos melhores resultados no Brasil. Uma das vertentes de sucesso das estratégias foi o mapeamento dos focos de violência com base nos dados coletados na SSP, que contribuem para que as polícias atuem com mais efetividade.

O secretário do Planejamento e Gestão, Fabrício Marques Santos, afirma que a modernização da administração pública alagoana é uma agenda prioritária deste governo, que vem reinventando o modo de fazer gestão pública. “Os investimentos e parcerias em torno da tecnologia da informação confirmam essa aposta. Nosso trabalho é fomentar melhorias na qualidade de vida da população, aproximar a sociedade da tomada de decisões e atender suas reais necessidades. A integração entre os agentes públicos e a criação de ferramentas que otimizem essas entregas é essencial para que possamos avançar ainda mais em Alagoas”, finaliza.

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