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Ciclo sobre Direitos Humanos e Diversidades levanta discussões sobre racismo

Assunto foi discutido nesta sexta (11) por agentes da segurança e a sociedade civil

Texto de Tais Albino 

I Ciclo de Formação em Direitos Humanos e Diversidades: Sistema Penal e Racismo teve continuidade nesta sexta-feira (11). Simbolicamente, o evento ocorreu no dia em que se é comemorado em Angola, na África, os dezessete anos de emancipação política do país.

 

Em Alagoas, professores, doutores e psicólogos explanaram para sociedade civil sobre racismo estrutural, sistema penal, consciência e grupos vulneráveis. O evento ocorreu, no auditório da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra).

 

O I Ciclo de Formação é uma iniciativa do Instituto Raízes de África, em parceria com a Secretaria de Estado da Segurança Pública de Alagoas (SSP/AL) e a Fundação Cultural Palmares.  A discussão sobre o mesmo tema já tinha sido foi feita para agentes da segurança na quinta-feira (10).

 

Como ouvintes, além de pessoas interessadas no assunto, meninas da unidade internação feminina estiveram presentes. Arísia Barros, presidente do Instituto Raízes de África, destacou a importância desse ciclo para a sociedade civil e, principalmente, segundo ela, para as meninas da unidade de internação.

 

“Esse ciclo trouxe protagonismo a essas meninas que são as que justamente sofrem o processo de exclusão que estamos discutindo aqui. Quero agradecer o governo do Estado pelo cuidado e dizer que hoje essas meninas tiveram voz”, declarou a presidente.

 

O professor e pós-doutor Júlio César Tavares, o também professor Daniel Teixeira, doutor em psicologia Valter Mata e o doutor em direito Evandro Piza foram os palestrantes do evento.

 

Durante suas falas, apesar de centrarem em aspectos diferentes, todos eles falaram sobre a silenciação do povo negro, principalmente relacionada ao genocídio de jovens negros e à importância de uma consciência crítica.

 

Natália, uma das meninas da unidade, que está liberada há pouco tempo, deu seu depoimento de vida e cantou no final do evento. “Eu tinha oito anos quando entrei no caminho errado”, disse.  Com outra consciência, Natália tem o sonho de ser jornalista e já está reintegrada à sociedade.

 

“É muito bom ouvir as vozes negras e se espelharem nelas. É bom também ter voz. Mas a voz só não basta. Precisamos de oportunidades”, afirma.

 

A discussão foi encerrada com a apresentação das meninas da unidade e com a Banda Afro Odara.