Capacitação busca promover maior integração dos serviços em operações policiais
Alan Fagner – Ascom SSP
Entre os dias 20 e 24 de maio, o auditório da antiga estação ferroviária de Piranhas sedia o Curso Básico de Inteligência (CBI), promovido pela Chefia Especial de Inteligência da Segurança Pública (CHEISP), em parceria com a Chefia Integrada de Ensino (CHEI). O objetivo capacitar 28 militares, incluindo 24 membros da Companhia Independente de Operações Policiais Especiais do Sertão (Copes) da PM-AL e quatro do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM do Piauí, no uso estratégico da inteligência para o combate à criminalidade.
O evento de abertura contou com a presença do tenente-coronel Jackson Soares da Silva, comandante da 4ª CIPM da PM de Pernambuco, e do soldado Rivaldo Cardoso Dantas, do BPCaatinga da PM de Sergipe, que proferiram palestras enriquecedoras sobre a dinâmica das questões familiares no sertão nordestino e os desafios enfrentados pelo novo cangaço.
“Fiz um recorte temático sobre a história da criminalidade e o nosso foco foi sobre o período do banditismo perpassando por várias modalidades de crimes até perdurar o domínio de cidades”, explicou o soldado sergipano.
A equipe de instrutores é composta por profissionais experientes da CHEISP, Diretoria de Inteligência (DINT) da PM-AL, 3º BPM e 9º BPM. Eles conduzirão os participantes através de uma série de módulos que abrangem desde os fundamentos doutrinários da atividade de inteligência até técnicas operacionais avançadas. Além disso, serão abordados temas críticos como facções criminosas, com a complementação de exercícios práticos para solidificar o aprendizado.
A escolha do público-alvo reflete uma tendência crescente no Brasil de integrar recursos de inteligência em unidades especializadas. Esta abordagem é apoiada por estudos científicos que destacam os benefícios da colaboração entre forças especiais e equipes de inteligência, com casos de sucesso notáveis no Acre e no Paraná. A fusão de operações e inteligência é vista não apenas como uma necessidade, mas como um avanço significativo para um pensamento mais abrangente e voltado à tomada de decisões informadas.
O chefe Especial de Inteligência, tenente-coronel Raumário Jerônimo, destaca a escolha da Copes como público alvo se deu porque a caatinga é um bioma em que essa missão é bastante difícil, que tem um histórico de crimes envolvendo sequestros e assaltos a banco.
O curso é estruturado em torno da Doutrina Nacional de Inteligência de Segurança Pública de 2015, que define a produção de conhecimento como uma transformação metodológica de dados em insights valiosos para auxiliar gestores. Com essa formação, espera-se que as unidades especializadas possam participar ativamente do ciclo de produção de conhecimento, inserindo-se em operações de alto desempenho e risco, e consequentemente, aprimorando suas atuações.
“A Secretaria vem capacitar esse efetivo do COPES, unidade especializada em policiamento no ambiente de caatinga, com o Curso Básico de Inteligência, entendendo que essa é uma temática importante para que os policiais desempenhem da melhor forma possível suas atividades, principalmente, em relação os crimes de maior complexidade”, explicou.
Para o secretário de Segurança Pública, Flávio Saraiva, a realização do curso é mais um avanço no combate à criminalidade em Alagoas.
“Este curso representa um marco importante na evolução das estratégias de Segurança Pública, destacando o compromisso contínuo com a inovação e a excelência na preparação de nossos policiais para enfrentar os desafios do crime organizado”, disse o secretário.